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sábado, 11 de agosto de 2012

É isto um homem?


No livro É isto um homem?, publicado em 1947, o escritor italiano Primo Levi narra os momentos que passou em Auschwitz, campo de concentração nazi, como prisioneiro judeu. A violência surge como um dos grandes temas do livro, manifestando-se de todas as formas possíveis, inclusive das mais degradantes e inimagináveis. A violência transita nas entrelinhas da narrativa como algo constante e, acima de tudo, normal. Levi disseca a violência humana e mostra como essa de fato passou por um processo de banalização, como diz a filósofa e pensadora política Hannah Arendt.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Encanto de Gerações

Senhora das Fontes, O Encanto de Gerações, é uma pequena história contada em livro pelo conterrâneo Valdemar Tomás. Já li, valeu a pena. O ilustre samarra ofereceu 70 exemplares à Confraria dos Ermitães, que vão ser colocados à venda. Os lucros serão para a obra da Ermida.
Bem-haja.  


segunda-feira, 12 de março de 2012

O Semeador de Ideias


Um poderoso homem sofre perdas irreparáveis e torna-se um colecionador de lágrimas. Despedaçado, sai em busca dos porões da sua mente e da sociedade dos seus sonhos. ?Não é possível?, pensei. Em vez de se prostrar diante de Deus, ele O chamou para um debate. E ninguém previa o que seria...

Autor: Augusto Cury

terça-feira, 27 de setembro de 2011

As Cinco Pessoas Que Encontramos No Céu


As cinco pessoas que encontramos no céu, de Mitch Albom

Eddie é um veterano da Segunda Guerra Mundial que sente que a sua vida não tem qualquer sentido nem importância e lamenta o facto de não ter vivido mais intensamente. No dia do seu 83º aniversário, morre num acidente trágico ao salvar a vida de uma criança.

A última coisa que sente é duas mãozinhas a segurar as suas - e depois o silêncio. É então que tudo começa. Eddie desperta no Céu. À sua espera estão cinco pessoas que, de uma forma ou outra, determinaram o percurso da sua vida. Através delas, vai descobrir as ligações invisíveis que constituíram o padrão da sua vida.

Será que passou 83 anos insignificantes na Terra? Ou teria a sua vida tido afinal algum sentido?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O estranho caso do Cão Morto



Referido pelo The Times como «um dos melhores livros de 2003» O Estranho Caso do Cão Morto é muito divertido. Conta a história de Christopher Boone, um miúdo autista, com apenas 15 anos que vive enredado no seu próprio mundo, longe de tudo e de todos. Possui uma memória fotográfica e é um aluno excelente a matemática e a ciências mas detesta o amarelo e o castanho e não suporta que alguém lhe toque. Absorvido pela sua doença, Christopher desperta um dia quando encontra o cão da sua vizinha morto, no meio do jardim, com uma forquilha atravessada. A partir daqui nunca mais será o mesmo pois só descansará quando descobrir quem cometeu tão atroz crime.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Som e a Fúria




FAULKNER, WILLIAM


Abalado com a recusa dos originais do seu terceiro romance pelas editoras, Faulkner isolou-se. Nesse período, nasceu 'O som e a fúria'. No enredo, entre ideais de nobreza pueris e arroubos de ódio e de ganância que beiram o demoníaco, uma família põe fim ao que resta de si mesma. O clima de quase delírio construído com maestria é a expressão derradeira da ruína de um grupo social.


[...] Dou-lhe esse relógio não para que você se lembre do tempo, mas para que você possa esquecê-lo por um momento de vez em quando e não gaste todo seu fôlego tentando conquistá-lo. Porque jamais se ganha batalha alguma, ele disse. Nenhuma batalha sequer é lutada. O campo revela ao homem apenas sua própria loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão de filósofos e néscios [...]

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Deus das Moscas


Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas de William Golding é um dos mais perturbadores e aclamados romances da actualidade.
Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. A supervisioná-los está Ralph, um jovem ponderado, e o seu amigo gorducho e esperto, Piggy. Apesar de Ralph tentar impor a ordem e delegar responsabilidades, muitos dos rapazes preferem celebrar a ausência de adultos nadando, brincando ou caçando a grande população de porcos selvagens que habita a ilha. O mais feroz adversário de Ralph é Jack, o líder dos caçadores, que consegue arrastar consigo a maioria dos rapazes. No entanto, à medida que o tempo passa, o frágil sentido de ordem desmorona-se. Os seus medos alcançam um significado sinistro e primitivo, até Ralph descobrir que ele e Piggy se tornaram nos alvos de caça dos restantes rapazes, embriagados pela sensação aparente de poder.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Por favor não matem a cotovia

Har­per Lee escreve de uma forma sim­ples e des­pre­ten­si­osa, reflec­tindo quase na per­fei­ção os pen­sa­men­tos e sen­ti­men­tos de Scout. É um livro ador­nado de peque­nos momen­tos, com toques de humor no meio dos acon­te­ci­men­tos sérios que com­põem a sua história.
A escrita é magnífica, na voz de uma criança do sul dos Estados Unidos. A história é fácil de ler e a intriga cativa e prende o leitor desde o primeiro minuto. Com todas estas características está garantida a qualidade de leitura da obra.
O que o leva a ser um clássico é a moralidade que dele se extrai e a habilidade para suscitar nos leitores de hoje - como nos de ontem - simpatia.
Poderoso, o livro aborda temáticas que ainda hoje encontramos na nossa sociedade dita moderna. Esse é outro aspecto que faz dele uma obra prima. Questões delicadas como o racismo, a opressão, a injustiça ou o preconceito saltam das suas páginas. Espantosamente, a obra consegue gerir estas áreas sensíveis e profundas sem demagogias. Tal é conseguido porque Harper Lee faz de uma criança o narrador, permitindo-nos aprender com ela...
Por outro lado, a tal escrita brilhante facilita a entrada no mundo da era da Depressão no Alabama. E, curiosamente, torna-se fácil para nós simpatizar com o local (apesar de todos os preconceitos da cidade) e até com muitas das personagens.
Por Favor Não Matem a Cotovia desafia o leitor a reagir. E não lhe permite ficar indiferente. Para o melhor e para o pior... Porque esta é uma história sobre ver as pessoas como pessoas, tentando entendê-las.


in: ao sabor dos livros

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

2666

2666
de Roberto Bolaño



»
Edição/reimpressão: 2009

»
Páginas: 1008

»
Editor: Livros Quetzal

»
ISBN: 9789725648162



»
Sinopse
O que liga quatro germanistas europeus (unidos pela paixão física e pela paixão intelectual pela obra de Benno von Archimboldi) ao repórter afro-americano Oscar Fate, que viaja até ao México para fazer a cobertura de um combate de boxe? O que liga este último a Amalfitano, um professor de filosofia, melancólico e meio louco, que se instala com a filha, Rosa, na cidade fronteiriça de Santa Teresa? O que liga o forasteiro chileno à série de homicídios de contornos macabros que vitimam centenas de mulheres no deserto de Sonora? E o que liga Benno von Archimboldi, o secreto e misterio-so escritor alemão do pós-guerra, a essas mulheres barbaramente violadas e assassinadas? 2666. P

ara se ler sem rede, como num sonho em que percorremos um caminho que nos poderá levar a todos os lugares possíveis.

2666 de Roberto Bolaño

Críticas de imprensa
«[o leitor fica] hipnotizado desde as primeiras páginas pela riqueza estilística da prosa de Bolño, pela invenção e energia pura da sua linguagem. [...] são mais de mil páginas geniais e magnéticas. “2006” [é] o acontecimento literário de 2009.»
José Mário Silva, Expresso

«Depois de ter lido Bolaño a nossa vida muda um pouco. Não se pode esquecer que aquilo que ele deixou escrito, e que é uma tempestade, uma torrente, um delírio, como deve ser a literatura.»
Francisco José Viegas, Público

«Com esta obra-prima o génio de Roberto Bolaño abriu à literatura novos horizontes. Como fizeram Borges, Faulkner, Joyce, e poucos mais.»
Público

«2666 está destinado a ser, não só o grande romance em língua castelhana da primeira década no novo século, mas também uma das peças fundamentais de toda a literatura.»
La Vanguardia

«...monumental romance póstumo...»
Públicobr

«Os temas são a violência, deslocação, a sexualidade da literatura - vertentes interminavelmente recombinadas na Europa, Detroit e México, através de múltiplos narradores e estilos de prosa.»
The New Yorker

Fonte:Wook.pt

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Moby Dick

Moby Dick
de Herman Melville



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Edição/reimpressão: 2007

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Páginas: 616

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Editor: Relógio D`Água

»
ISBN: 9789727088539




»
Sinopse
Moby Dick é um romance do autor americano Herman Melville. O nome da obra é o do cachalote enfurecido, de cor branca, que havendo sido ferido várias vezes por baleeiros, conseguiu destrui-los todos. Originalmente foi publicado em três fascículos com o título de Moby-Dick ou A Baleia em Londres em 1851, e ainda no mesmo ano em Nova York em edição integral.

O livro foi revolucionário para a época, com descrições intricadas e imaginativas das aventuras do narrador - Ismael, suas reflexões pessoais, e grandes trechos de não-ficção, sobre variados assuntos, como baleias, métodos de caça a elas, arpões, a cor branca (de Moby Dick), detalhes sobre as embarcações e funcionamentos, armazenamento de produtos extraídos das baleias.

Os detalhes contados com o realismo e propriedade de um escritor que viveu em barcos baleeiros, são capazes de transportar o leitor ao ambiente descrito e suas sensações.

A obra foi inicialmente mal-recebida pelos críticos, assim como pelo público, mas com o passar do tempo tornou-se uma das mais respeitadas da literatura em língua inglesa, e seu autor é agora considerado um dos maiores escritores estadunidenses.

O livro abre-se com uma das mais famosas citações da língua inglesa: "Chamai-me Ismael."

Fonte:
wikipedia.org



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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Voz Dos Deuses

A Voz Dos Deuses
de João Aguiar





»
Edição/reimpressão: 2002

»
Páginas: 368

»
Editor: Edições Asa

»
ISBN: 9789724110721


»
Sinopse
A Voz dos Deuses é já um clássico do romance histórico português contemporâneo. Uma leitura apaixonante que nos dá a conhecer a história de Viriato, um dos construtores da realidade ibérica.

Em 147 a.C., alguns milhares de guerrilheiros lusitanos encontram-se cercados pelas tropas do pretor Caio Vetílio. Em princípio, trata-se apenas de mais um episódio da guerra que a República Romana trava há longos anos para se apoderar da Península Ibérica. Mas os Lusitanos, acossados pelo inimigo, elegem um dos seus e entregam-lhe o comando supremo. Esse homem, que durante sete anos vai ser o pesadelo de Roma, chama-se Viriato.

Entre 147 e 139, ano em que foi assassinado, Viriato derrotou sucessivos exércitos romanos, levou à revolta grande parte dos povos ibéricos e foi o responsável pelo início da célebre Guerra de Numância.
Viriato foi um verdadeiro génio militar, político e diplomático. Mas, sobretudo, Viriato foi o defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e de Espanha. É esse mundo, já então em declínio, que este livro tenta evocar.

Aquando do seu aparecimento, em 1984, Fernando Assis Pacheco escreveu serem raras as estreias com tanta qualidade. Depois disso, A Voz dos Deuses, ao longo de sucessivas edições, tornou-se um "clássico" do romance histórico português contemporâneo. A presente edição surge pela primeira vez ilustrada, com desenhos de Vasco Lopes.


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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Metamorfose

A Metamorfose
de Franz Kafka




»
Edição/reimpressão: 2009

»
Páginas: 80

»
Editor: Editorial Presença

»
ISBN: 9789722316521


»
Sinopse
A Metamorfose narra a história fantástica de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante que se vê obrigado a suportar todas as despesas da família, e que certa manhã, ao acordar cedo para o trabalho, constata que se transformou num escaravelho.

De início, as suas preocupações centram-se na estranha metamorfose e na impossibilidade de cumprir as obrigações profissionais, mas perante a repulsa dos pais, Gregor inicia um complexo processo interior de mutação, que o conduz a uma análise obsessiva do seu contexto familiar e social.

À excepção da irmã, que numa primeira fase decide alimentá-lo, todos recusam ajudar Gregor, remetendo-o à sua solitária agonia. Perante este cenário uma nova metamorfose ocorre no seio familiar: o pai, a mãe e a irmã voltam a trabalhar e a família decide perspectivar um futuro onde não existe lugar para Gregor...

Uma irónica metáfora sobre o absurdo da condição humana, num espectáculo que explora a plasticidade narrativa de uma das obras mais marcantes de Franz Kafka e da literatura do século XX.


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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Jogador

O Jogador
de Fiódor Dostoiévski




»
Edição/reimpressão: 2001

»
Páginas: 168

»
Editor: Editorial Presença

»
ISBN: 9789722327442


»
Sinopse
Fiódor Dostoiévski é, indubitavelmente, uns dos melhores escritores de sempre, sendo igualmente um dos criadores dos moldes responsáveis pela corrente estética e literária denominada modernismo.

Foi em 1866, já atravessando a sua fase de maturidade literária, que o romancista russo publicou O Jogador, uma das suas obras mais lidas, na qual depositou, tal como em grande parte dos seus outros livros, as suas traumatizantes experiências de vida.

Passado num ambiente de casinos, em Roletemburgo, Alemanha, a história desenvolve-se em torno de um jovem chamado Aleksei Ivánovitch, que, embora portador de um carácter vivo e de um forte sentido crítico em relação ao mundo que o rodeia, carece de objectivos na vida. Trabalhando num Hotel para um general cuja família é sua conhecida, Ivánovitch apercebe-se que algo vai mal quando se depara com a presença de Mlle. Blache e Des Grieux, dois misteriosos franceses que mantém uma pouco esclarecida relação de proximidade com o general e a sua enteada Polina Aleksandrovna.

Certo dia, Polina solicita a Aleksei que vá jogar por ela na roleta, exigindo-lhe que lhe traga dinheiro por o necessitar urgentemente. Apesar do estranho pedido, o amor de Ivanovitch por Polina impede-o de a questionar quanto à necessidade do dinheiro, aceitando jogar, pela primeira vez na sua vida, num casino. A sua obsessão pelo jogo iniciava-se aqui.


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Insustentável Leveza do Ser

A Insustentável Leveza do Ser
de Milan Kundera




»
Edição/reimpressão: 2009

»
Páginas: 368

»
Editor: Dom Quixote

»
ISBN: 9789722000024


»
Sinopse
A Insustentável Leveza do Ser é seguramente um dos romances míticos do século XX, uma daquelas obras raras que alteram o modo como toda uma geração observa o mundo que a rodeia.

A história acontece em Praga e em Viena, em 1968, e atravessa algumas décadas. Narra os amores e os desamores de quatro pessoas: Tomás, Teresa, Sabina e Franz.

Os personagens de Kundera neste romance são leves, Tomás colecciona encontros e relações sexuais, mas compreende que todas as suas buscas são um retorno ao mesmo, retorno a Teresa. Teresa, por sua vez, tenta encaixar-se numa ordem, mas percebe o peso das suas ideias.

Franz parece-se com Teresa, busca situar-se em algo, mas a casualidade rompe com os seus planos. Sabina parece-se com Tomás, também dança a música da casualidade dentro de um show que parece sempre ter os mesmos aplausos.

Tomás e Sabina são metáforas da leveza do ser, o ser jogado dentro de uma perspectiva existencialista, seres condenados à liberdade de escolher.


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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Estrangeiro

O Estrangeiro
de Albert Camus




»
Edição/reimpressão: 2006

»
Páginas: 118

»
Editor: Livros Brasil

»
ISBN: 9789723828092



»
Sinopse
Uma obra que marca a literatura do séc. XX e o pensamento de quem a lê. Decide-se aqui o destino de um homem que matou outro. Por causa do sol. Não há perdão nem arrependimento, só o absurdo.

Mersault recebe a notícia da morte da mãe através de um telegrama: “Sua mãe falecida. Enterro amanhã. Sentidos pêsames.” Fica-lhe a dúvida se terá morrido naquele dia ou na véspera. Imediatamente nos dá conta de que pediu dois dias ao patrão e de que à má cara deste respondeu: “A culpa não é minha.”

O protagonista passa logo às questões práticas: pedir emprestados uma gravata preta e um fumo, almoçar e dirigir-se ao autocarro que o levará ao asilo onde a mãe residia. Dormiu durante quase toda a viagem. “Por agora, é um pouco como se a mãe não tivesse morrido. Depois do enterro, pelo contrário, será um caso arrumado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial”, pensou, antes de viajar.

Um primeiro contacto desconcertante com uma personagem que nos irá perturbar até ao fim do livro. E para além dele. Completamente exterior às convenções e à moral vigentes, Mersault é um verdadeiro “estrangeiro” em qualquer organização social ou familiar. Cometerá um homicídio sem razão aparente que não a do calor excessivo na praia ou a da forte luz do sol que sobre ele incidia directamente quando disparou. Mersault não tem justificação para o crime nem para o resto. Nada do que faz é para ser explicado. Eis o absurdo da sua existência ou de qualquer outra.

Albert Camus (Nobel da Literatura em 1957) apresenta-nos assim uma personagem estranha, demasiado estranha até para si mesma. Porém, não se consegue deixar de gostar dela e desejar defendê-la quando todos a acusam e condenam. Mas não podemos, as nossas regras não são as dele. Para ele, tudo é permitido — “visto que Deus não existe e visto que se morre”.

A propósito desta obra, publicada em 1942, diria Jean-Paul Sartre, com quem Camus fundou no ano seguinte o jornal “Combat”: “‘O Estrangeiro’ não é um livro que explica: o homem absurdo não explica, descreve; não é também um livro que prove. Camus somente propõe e não se inquieta com justificar o que, por princípio, é injustificável.”

O protagonista será julgado e condenado. Fica a dúvida se Mersault é sujeito à guilhotina pelo crime cometido ou por não ter chorado no funeral da mãe, por ter ido logo depois até à praia nadar, ter visto um filme cómico e ter feito amor com uma namorada recente. Não fez o que dele se esperava, essa é a sua grande culpa.


Fonte:
in static.publico.clix.pt


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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Homem que Via Passar os Comboios

O Homem que Via Passar os Comboios
de George Simenon





»
Edição/reimpressão: 2002

»
Páginas: 189

»
Editor: Público Comunicação Social

»
ISBN: 8481305197


»
Sinopse
"O Homem que via Passar os Comboios", publicado no ano de 1938, é uma obra que se insere no género da literatura policial, ou não fosse Georges Simenon o criador do celebérrimo comissário parisiense Jules Maigret. Kees Popinga é o protagonista deste divertido e admirável romance, que permite ao leitor realizar um trajecto pelos recantos mais sombrios da psicologia humana.
Empregado de Julius de Coster, o proprietário de uma empresa de abastecimento de navios, Kees Popinga leva uma vida respeitável e tranquila, sem grandes sobressaltos nem preocupações. Até que o seu patrão, confrontado com a inevitabilidade da falência financeira, decide fugir, simulando um suicídio. O sucedido opera uma profunda transformação em Popinga, que assume uma ruptura repentina com a sua rotina diária, profissão, mulher e dois filhos.
Após abandonar a família e Groninga, viaja até Paris, onde passa a viver numa marginalidade que desde sempre tinha ambicionado. Popinga é agora um lúcido assassino, que mata as suas vítimas com um inesperado sangue-frio, ao mesmo tempo que desafia as autoridades policiais ou escreve para os jornais de Paris a rectificar e comentar as notícias que são publicadas a seu respeito.
Aliando o "suspense" próprio dos policiais e uma caracterização minuciosa das personagens que aí intervêm, "O Homem que Via Passar os Comboios" analisa e reflecte sobre os fantasmas que povoam o inconsciente humano, mergulhando nas profundezas da sua alma. O comportamento de Popinga contraria, em si mesmo, qualquer princípio de causa-efeito que seria de esperar, mantendo, porém, uma postura irónica e distanciada perante os acontecimentos. Além de levantar questões acerca da vida como jogo e encenação, o livro espelha também o estilo literário de Simenon, realista, simultaneamente vivo e misterioso, instintivo e concreto.

in static.publico.clix.pt


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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Memória das minhas putas tristes

Memória das minhas putas tristes
de Gabriel García Márquez




»
Edição/reimpressão: 2005

»
Páginas: 107

»
Editor: Dom Quixote

»
ISBN: 9789722028028

»Sinopse
O escritor colombiano Gabriel García Márquez faz uma pausa nos volumes da sua autobiografia Viver Para Contar para tratar das lembranças de outro em Memória de Minhas Putas Tristes.

É seu primeiro romance em dez anos (o último fora Do Amor e Outros Demónios). Nesse meio tempo, trabalhou com não-ficção na reportagem Notícia de um Sequestro, além de Viver Para Contar.

Em termos de classificação o livro é aquilo que Henry James chamou de nouvelle: longo demais para ser um conto e curto demais para ser um romance (107 páginas).

As memórias são de um homem que narra, entre outros, factos da sua vida, o dia em que completou noventa anos. Como presente para si mesmo, resolve passar uma noite intensa com uma adolescente virgem. Liga para uma velha amiga, Rosa Cabarcas (dona de um bordel), e faz o pedido. Rosa recruta uma menina de catorze anos para ele. E ali, como ressalta, "foi o início de uma nova vida, e numa idade em que a maioria dos mortais está morta". Quando o velho (cujo nome não é revelado) chega no quarto, encontra a moça (o seu nome também não aparece; ele chama-a de Delgadina) dormindo. Apaixona-se no acto. Volta a vê-la em várias outras noites, sempre dormindo, e a sua paixão não pára de aumentar.

Contenta-se apenas em observa-la. A felicidade irrestrita torna-se desespero quando o homem descobre, pela primeira vez na vida, o ciúme. Antes não havia espaço para sentimentos assim: "nunca me deitei com mulher alguma sem pagar, e as poucas que não eram do ofício convenci pela razão ou pela força que recebessem o dinheiro nem que fosse para jogar no lixo". Era a primeira vez que amava.

Não é nova a proposta de colocar no papel a relação entre uma adolescente e um homem muito mais velho, "uma tradição da qual fazem parte Lolita de Vladimir Nabokov, Morte em Veneza de Thomas Mann e A Casa das Belas Adormecidas de Yasunari Kawabata". Aliás, o livro do escritor japonês laureado com o Nobel de 1968 é a inspiração mais directa de Memória de Minhas Putas Tristes. E cedeu um trecho para a epígrafe.

Cada um desses livros retratou a relação de maneiras diferentes - Nabokov deu a Lolita poder psicológico sobre Humbert Humbert, Mann escolheu falar de amor homossexual. García Márquez trata a história de uma forma própria. Peca um pouco por repetir fórmulas. O personagem-narrador é parecido com outros que ele criou, solitários excêntricos e perdidos no espaço entre o tédio habitual e a iminência da morte.

Mas o autor acerta em deixar de lado o elemento fantástico de suas histórias. Há quem diga que a trama tem algo de autobiográfica. Talvez. Márquez teve cancro linfático, e esta pode ser uma forma que encontrou para celebrar a vida em alguns de seus detalhes mais delicados. Não fosse a sua habilidade, Memória de Minhas Putas Tristes cairia no banal ao tratar o homem que na velhice descobre o valor da vida. Não é o caso. É um livro despretensioso. Não é, e nem tem intenção de ser, acachapante como Crônica de uma Morte Anunciada e Cem Anos de Solidão, bem mais ambiciosos - o primeiro com a sua estrutura faulkneriana de pontos de vista múltiplos, o segundo com a intrincada árvore genealógica dos Buendía. Resgata uma das características desses dois romances e também de boa parte da carreira de García Márquez: a concisão.

Não há palavra desperdiçada. Essas cento e poucas páginas são o número correto, sem mais nem menos. A concisão aparece também na linguagem econômica, sem perda de beleza nas sentenças. Herança dos tempos de jornalista. Memória de Minhas Putas Tristes pode ser lido como uma fábula, um poema lírico sobre como cada momento pode ser inexorável. Uma obra para se ler em poucas horas, pensar por alguns dias e lembrar por toda a vida.


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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Siddhartha

Siddhartha
de Hermann Hesse





»
Edição/reimpressão: 2001

»
Páginas: 156

»
Editor: Casa das Letras

»
ISBN: 9789724609188

»Sinopse
"Siddhartha" é um romance escrito por Hermann Hesse, um dos maiores escritores alemães. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1946. A sua primeira publicação foi em 1922 e conta a passagem da sua vida e pensamento durante a sua estadia na Índia em 1910, inspirado na tradição contada de Siddhartha Gautama, o Buda. O livro trata basicamente a busca pela plenitude espiritual, e o alcance de estados em que a mente humana se encontra absolutamente completa e plena.

"Siddhartha" foi e continua a ser livro de cabeceira de muita gente. Para alguns, uma espécie de bíblia de bolso do Budismo na Índia que tanto enforma a noção de "eterno retorno" de Nietzsche como ilustra o naturalismo metafísico (mesmo se o termo lhe repugnava...) de Alberto Caeiro. Para outros, simplesmente a história de Siddhartha, filho de brâmane, que se tornou Buda, e do seu amigo Govinda, personificação do espírito crítico e do racionalismo ocidentais.

"Siddhartha" é ambas as coisas: uma fonte de sabedoria e um romance bem contado. Ao longo dos seus doze capítulos conta-se a história de Siddhartha, desde os tempos de infância, quando "já sabia pronunciar Om silenciosamente" e "reconhecer Atman nos abismos do seu ser", até à velhice e à definitiva iluminação, passando pela fruição sem reservas da vida mundana e pela tentação do suicídio. É também a história do seu amigo Govinda que o segue a par e passo, em busca de consolo espiritual e de respostas para o enigma da (sua) vida.

Livro de sabedoria, deslocado dos tempos que correm e, por essa razão, de leitura indispensável para se olhar para os tempos que correm com olhos de ver, "Siddhartha" tem tanto de lição de humanismo como, paradoxalmente, de libelo contra todas as escolas ou doutrinas de pensamento. Mas atenção, há uma (a)tensão e disponibilidade interiores que cumpre preservar, caso queiramos receber de mãos dadas com Siddhartha, o nirvana.

"Nirvana não é apenas uma palavra, meu amigo - protestou Govinda - é um pensamento!. "Será um pensamento, mas devo confessar-te, meu amigo, que não diferencio muito entre pensamentos e palavras. Para ser franco, também não atribuo grande importância aos pensamentos. Atribuo mais importância às coisas."

Quem não se dispuser a ir tão fundo tem, de qualquer forma, em "Siddhartha", bastante que colher e com que ficar fascinado. A escrita não poderia ser mais clara nem directa, possuindo o dom de modificar, senão a vida, pelo menos a visão daqueles de nós que, sedentos de Verdade, exclamam como Govinda: "Dá-me algo que me ajude no caminho, Siddhartha. O meu caminho é frequentemente duro e escuro". Leia-se, então, "Siddhartha", como quem segura uma lanterna.


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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Perfume História de um Assassino

O Perfume
História de um Assassino

de Patrick Süskind



»
Edição/reimpressão: 2003

»
Páginas: 276

»
Editor: Editorial Presença

»
ISBN: 9789722314480

»Sinopse
Esta estranha história passa-se no século XVIII e é fruto de um extraordinário trabalho de reconstituição histórica que consegue captar plenamente os ambientes da época tal como as mentalidades.

O protagonista é um artesão especializado no ofício de perfumista, e essa arte constitui para ele - nascido no meio dos nauseabundos odores de um mercado de rua - uma alquímica busca do Absoluto. O perfume supremo será para ele uma forma de alcançar o Belo e, nessa demanda nada o detém, nem mesmo os crimes mais hediondos, que fazem dele um ser monstruoso aos nossos olhos. Jean-Baptiste Grenouille possui no entanto uma incorrupta pureza que exerce um forte fascínio sobre o leitor.

O Perfume, publicado em 1985, de um autor então quase desconhecido, foi considerado um dos mais importantes romances da década e nunca mais deixou de ser reeditado desde então, totalizando os 4 milhões de exemplares vendi dos, só na Alemanha, e 15 milhões em países estrangeiros. Foi traduzido em 42 línguas.

Este fenómeno transformou-o num dos mais importantes livros de culto de sempre. Em 2006, O Perfume passa a ser uma longa-metragem inspirada no romance de Patrick Süskind.


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sábado, 5 de dezembro de 2009

As Vinhas da Ira

As Vinhas da Ira
de John Steinbeck




»
Edição/reimpressão: 2007

»
Páginas: 604

»
Editor: Livros do Brasil

»
ISBN: 9789723828641

»Sinopse
As Vinhas da Ira é um romance sobre a dignidade humana em condições desesperadas. Entre 1930 e 1939, as grandes planícies do Texas e do Oklahoma foram assoladas por centenas de tempestades de poeira que causaram um desastre ecológico sem precedentes, agravaram os efeitos da Grande Depressão, deixaram cerca de meio milhão de americanos sem casa, e provocaram o êxodo de muitos deles para Oeste, nomeadamente para a Califórnia, em busca de trabalho.

Quando os Joad perdem a quinta de que eram rendeiros no Oklahoma, juntam-se a milhares de outros que ao longo das estradas se dirigem para Oeste, no sonho de conseguirem uma terra que possam considerar sua. E noite após noite, eles e os seus companheiros de desdita reinventam toda uma sociedade: escolhem-se líderes, redefinem-se códigos implícitos de generosidade, irrompem acessos de violência, de desejo brutal, de raiva assassina.

Este romance que é universalmente considerado a obra-prima de John Steinbeck é o retrato épico do desapiedado conflito entre os poderosos e aqueles que nada têm, do modo como um homem pode reagir à injustiça, e também da força tranquila e estóica de uma mulher. As Vinhas da Ira é um marco da literatura norte-americana.


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