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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um Pouco De História 2

Durante a primeira dinastia, Pinhel, recebe ainda, os forais de D. Afonso II (1217) e de D. Dinis (1282); este monarca ampliou e reforçou os muros do seu castelo. Os monarcas da primeira dinastia protegeram especialmente esta vila, dada a sua situação fronteiriça. D. Fernando, decerto porque o concelho se queixava de que os antigos privilégios de Pinhel não estavam a ser respeitados pela nobreza, reafirmou parte do foral do século XII que isentava o concelho do perigo de nele existirem herdamentos e possessões de nobres; e o mesmo determinou D. João I a 6 de Junho de 1386 quando em plena guerra com Castela preparava a resistência desta zona fronteiriça.

Pinhel seguira a causa do mestre de Avis enquanto que a vizinha Figueira de Castelo Rodrigo abraçara a causa estrangeira; e como aquela sofresse bastante em virtude da Guerra da Independência, D. João I premiou Pinhel com uma feira franca durante um mês que meava em S. Miguel de Maio, com todos os privilégios e franquias da importantíssima feira franca de Trancoso e poucos anos depois isenta a nobre vila das contribuições acordadas nas cortes. Por esta altura ocorreu um facto que ilustra como uma vila nas boas graças dos soberanos, enfrentava com vantagem a nobreza que atentasse contra os seus privilégios antigos e nunca desmerecidos.


O célebre Gonçalo Vasques Coutinho, figura ilustre de guerreiro, mas conhecido pela sua prepotência, achando vantajoso possuir morada e herdades em Pinhel (ao que não estava autorizado pelos foros da vila) comprou aí certos bem, incluindo casas de morada. Sabido isto pelo concelho, este aproveitou uma passagem de D. João I pela vizinha Trancoso e mostrou-lhe as cartas de D. Afonso III, D. Dinis e D. Afonso IV em que se continha que nenhum cavaleiro ou fidalgo, dona ou rico-homem ou outra pessoa poderosa e privilegiada era autorizada a adquirir e possuir aí tais bens e ao mesmo tempo fez ver ao rei que estas disposições sempre haviam sido cumpridas, visto que jamais pessoas das referidas qualidades tivera possessões em Pinhel. D. João I atendeu o concelho e proibiu a morada e propriedade de Gonçalo Vasques Coutinho em Pinhel.

No entanto, as necessidades de defesa levaram entretanto o rei a nomear marechal e fronteiro da Beira Gonçalo Vasques Coutinho, com poder de colocar e demitir os alcaides e direito a ser recebido e acatado como se fosse o próprio rei; de que ele se aproveitou para levar os seus fins por diante na vila de Pinhel passando a residir nas casas junto à porta da igreja de S. Pedro, pegadas à muralha. Na atitude do marechal não deve apenas sentir-se a humana fraqueza de tomar proeminência sobre o concelho que o humilhara: as necessidades da defesa da fronteira deviam exigir-lhe a presença, necessária para cumprir com suficiência o alto e arriscado encargo que D. João I lhe havia incumbido. O concelho é que usou a sua astúcia para sair da situação humilhante a que o tornara arbitrariamente o fronteiro: como este se apropriasse, para uso da sua própria casa, de umas escadas de pedra a esta contíguas mas que serviam para o muro, o concelho alcançou do rei o embargo, completando a permissão com o derrubamento das casas pelo povo a pregão do concelho. Gonçalo Vasques Coutinho protestou junto da coroa, mas o rei que se sentia em dívida ante a leal praça que o sustentara tendo por vizinhas tantas inimigas, sentenciou a favor do concelho.

Continua...
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portugal.veraki

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

de Paula


Existem famílias Paula ou De Paula em muitos países da Europa, como França, Itália, Espanha e Portugal, isso porque é um sobrenome de origem batismal, dessa forma as famílias nestes países não tem parentesco de sangue entre si. O sobrenome surgiu na referência a São Paulo, São Francisco de Paula ou Santa Paula Romana, pois os nascidos nos dias destes santos eram batizados com seu nome na crença de que conseguiriam a proteção dos santos, especialmente no dia de São Francisco de Paula, celebrado em dois de Abril  este nasceu na cidade de Paula, na Calábria, foi o fundador da Ordem dos Mínimos e serviu a coroa francesa.


O nome Paula é a forma feminina do nome Paulo, do latim Paulus, que significa pequeno. Além da origem batismal, algumas famílias surgiram de forma toponímica, ou seja, na referência a locais com o nome Paula.

Os brasões de duas famílias De Paula, o esquartelado de verde com uma árvore e de ouro com duas faixas vermelhas, pertence à família De Paula da Espanha, já o outro, esquartelado com um leão negro e um coração verde coroado, pertence a família De Paula da França.


No Brasil

DE PAULA: Sobrenome de origem portuguesa com os nomes de batismos dos Imperadores do Brasil: 

Dom Pedro I: Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

Dom Pedro I: Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

A família de Paula é registada no Brasil em 1820, com o casamento entre o português Senhor José de Paula com a brasileira Dona Maria de Paula. Deste casamento nasceu então Francisco Mariano de Paula.

A esta família já pertenceram barões, coronéis e inconfidentes. Na sala dos túmulos do Museu de Ouro Preto, um dos ancestrais desta família está enterrado ao lado de Tiradentes, pois lutaram pela mesma causa. Os de Paula construíram grande parte do estado de Minas Gerais, no Brasil.



Sobrenomes religiosos

Sobrenomes com significados religiosos são comuns. É possível que alguns destes originaram-se de um ancestral que se converteu ao catolicismo e necessitou mostrar a sua nova fé. Outra possível origem para os nomes religiosos era de que órfãos foram abandonados em igrejas e criados em orfanatos católicos por padres e freiras, geralmente batizados com um nome relacionado à data mais próxima do dia que eles foram encontrados ou batizados. Ainda outra fonte possível é de nomes próprios de religiosos anteriores (que exprimem devoção especial por parte dos pais ou dos padrinhos, ou a data de nascimento da criança) foram adotados como nomes de família.

Entre os nomes religiosos, incluem-se nomes como Jesus, dos Reis (dia da Epifania do Senhor, o Dia dos Reis Magos), Ramos (Domingo de Ramos, o domingo anterior à Páscoa), Pascoal (da Páscoa), da Assunção (Assunção da Virgem Maria), do Nascimento (da Natividade da Virgem Maria ou o Nascimento de Jesus - Natal), da Visitação (Visitação da Virgem Maria), da Anunciação (Anunciação da Virgem Maria), da Conceição (Imaculada Conceição da Virgem Maria), Trindade (do Domingo da Trindade), do Espírito Santo (da Festa do Espírito Santo), das Chagas (proveniente da Festa das Cinco Chagas de Cristo), Graça (de Nossa Senhora da Graça), Patrocínio (de Nossa Senhora do Patrocínio), Paz (de Nossa Senhora Medianeira da Paz), Luz (de Nossa Senhora da Luz Divina), Neves (de Nossa Senhora das Neves), Penha (de Nossa Senhora da Penha da França, que em espanhol é chamada de Nuestra Señora de Penafrancia) das Dores (Nossa Senhora das Dores), Bonfim (de Nosso Senhor da Boa Morte), das Virgens (das virgens mártires), dos Anjos (proveniente dos arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel), São João, Santana (Santa Ana), Santos (Dia de Todos os Santos ou Dia de Finados) e Cruz (o sobrenome mais comum entre os judeus de Belmonte).

Um órfão de pais desconhecidos ou um convertido (judeu, escravizado africano ou nativo americano) poderia ser batizado com o nome de um santo, como João Batista (de São João Batista), João Evangelista (de São João Evangelista), João de Deus (de São João de Deus), António de Pádua (de Santo António de Pádua), João Nepomuceno (de São João Nepomuceno), Francisco de Assis (de São Francisco de Assis), Francisco de Paula (de São Francisco de Paula) , Francisco de Salles (de São Francisco de Salles), Inácio de Loiola (de Santo Inácio de Loyola), Tomás de Aquino (de Santo Tomás de Aquino), José de Calanzans (de São José de Calasanz), ou José de Cupertino (de São José de Cupertino). Em seguida, eles costumavam transmitir apenas o segundo nome próprio (Batista, Evangelista, de Deus, Pádua, Nepomuceno, Assis de Paula, Sales, Loiola, Aquino, Calanzans e Cupertino) para os seus filhos como um sobrenome.





segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Um Pouco de História

O território que corresponde ao actual concelho de Pinhel foi povoado desde épocas bastante remotas, sendo que alguns autores apontam a origem da povoação aos Vetões ou Túrdulos. Terá sido também ocupada pelos mouros, tendo sido reconquistada por D. Afonso Henriques em 1179 que lhe deu carta de povoamento. No entanto, é de crer que no século XII a região se encontrava despovoada. Tal situação era bastante perigosa para a segurança de Portugal, visto tratar-se de uma região fronteiriça, de fácil entrada, que mais fácil se tornava com o abandono e o despovoamento, propícios a ataques inimigos no território nacional.

Durante o reinado de D. Sancho I e numa conjuntura de incremento da vida municipal, Pinhel recebe o seu primeiro foral, atribuído em 1191 pelo prior e irmãos da Ermida de Santa Maria de Riba Paiva. Não sendo um foral real, o próprio D. Sancho I o confirma em 1209. A acção de D. Sancho I foi confirmativa da do seu pai, continuando os moradores do grande concelho a serem dispensados de servir em muros e castelos da colheita real e da portagem em todo o país e autorizados a pastar livremente os seus gados fora dos muros do castelo.


Para tornar a população mais homogénea, os dois monarcas determinaram que todos os vizinhos de Pinhel tivessem o mesmo foro. A vocação frumentária da região levou à criação de fangas (mercados de cereais na vila) e pela tributação à base de ochavas. As cartas de povoação dos dois soberanos estabeleceram aqui um dos dois grandes municípios típicos das zonas fronteiriças com alcaide e alcaides do concelho, juiz, vigário e andadores. Enquanto na vila se fazia o povoamento pelas cartas de foral, boa parte do termo estava em posse de fidalgos e mosteiros.

Dada a sua localização, a vila foi desde cedo alvo de vários ataques vindos de Leste; o primeiro terá ocorrido ainda no reinado de D. Sancho I, pois mal foram terminados os muros em Pinhel, foi declarada guerra entre Leão e Portugal. Em finais do século XII travou-se no termo de Pinhel o combate que ficou conhecido como "lide das Ervas Tenras" onde pereceram alguns dos maiores fidalgos portugueses; esta lide deve ter sido um episódio da acção guerreira fronteiriça a que por todo o século XII chamaram "de Pinhel" travada contra aqueles inimigos por uma força de portugueses, por isso denominada "hoste de Pinhel".

Apesar das cartas de foral a Pinhel terem disposto a unidade do foro para todos os vizinhos da vila, parece bem certo que no século XIII havia, herdada na própria vila, gente de qualidade nobre. Só se pode compreender esse facto supondo que esses nobres, possuindo fora da vila e seu termo os seus solares, se sujeitavam a descer de qualidade nas suas relações com o grande grémio democrático, sendo portanto aí considerados e tratados como membros do povo. Um dos nobres com bens na vila de Pinhel foi, no século XIII, Martim Afonso "de Amaral".

Continua...

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Cronologia

Antiga Igreja Matriz
1320 - igreja taxada em 70 libras;
1444 - até esta data era uma abadia, apresentada pelo Mosteiro de Salzedas;
séc. 16, final - encontrava-se num ermo, tendo como cura Pêro Marques, apresentando pelo abade de Souro Pires; tinha 68 fogos e pagava $274 de renda; retábulo com painel a representar o orago; tinha cálice de prata, avaliado em 4$000, duas pedras de ara, dois castiçais, caldeira, campainha, turíbulo e lanterna; os fregueses possuíam cruz de prata, uma de latão, duas lâmpadas e um sino;
1758 - referida nas Memórias Paroquiais como tendo apenas um altar e cura era apresentado pelo abade de Souropires, com 6$000, 6 arratéis de cera, 2 almudes de vinho, 2 alqueires de trigo, um arratel de sabão e um de incenso, de côngrua.



Ermida da Senhora das Fontes
1440, 4 Fevereiro - era a matriz do local, sendo a fábrica da obrigação dos fregueses;
1740 - o ermitão Manuel de São José recuperou uma capela arruinada e construiu uma nova capela em terrenos doados pelos fidalgos de Santa Eufémia;
1758 - referida nas Memórias Paroquiais como sendo administrada pelos fregueses;
1771, 27 Maio - licença para a bênção da capela, que tinha retábulo moderno e coro;
1777 - trabalhos de pintura;
1805, 9 Março - estuda-se a possibilidade de criar um convento;
1941, 15 Fe
vereiro - um ciclone provocou o derrube dos cedros e causou estragos na capela.



Casa dos Fidalgos de Santa Eufémia
1657, 5 Junho - instituição da capela por António de Carvalho de Vasconcelos;
1768, 2 Dezembro - terminam as obras de ampliação da capela anexa à casa;
1769, 31 Maio - licença para a bênção da nova capela
.



Fonte:

monumentos.pt

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pombais

A informação histórica sobre o uso de pombais é muito escassa.
Em Portugal, nomeadamente na Beira-Alta, surgem com maior frequência na Idade Média nos domínios feudais, embora a sua origem seja muito mais remota.


No que diz respeito aos pombais da nossa aldeia, tinham como principal função a criação de pombas e também de estorninhos para fins alimentares.
Há pelo menos 3/4 pombais na Santa.


Este que visitei encontra-se num estado bastante razoável pese embora, ainda este ano, tenha deflagrado um incêndio na zona.


Era de todo importante a preservação deste importante património.


Lá ao fundo avista-se um outro. O do Zé Paleiro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Santuário N. Senhora das Fontes

(1ª. parte)


É dos mais notáveis de Portugal e o primeiro da província. Está situado sobre a antiga estrada militar de Almeida a Lamego, situado a 1 km de Santa Eufémia.
Quando a actual freguesia de Santa Eufémia, era um corato anexo à paróquia da Souropires, era matriz daquela Ermida de n. Senhora das Fontes. Criada Sta. Eufémia paróquia independente, construiu igreja própria e a Ermida ficou nos limites da freguesia do sorval.

O terreno onde está construído o Santuário e os mais em circunferência, eram dos monges Bernardos de Salzedas e os emprazaram aos fidalgos de Santa Eufémia, hoje representados pelos Albuquerques de Viseu e Carvalhos de Moncorvo.
Foram os tais fidalgos de SE que construíram o majestoso palacete que está no centro da aldeia do sorval.
Segundo a tradição, o primeiro assento do sorval foi em redor do Santuário, e este foi antigamente administrado por aqueles fidalgos, alguns dos quais, nele foram sepultados. Hoje é considerado como propriedade dos Ermitães que residem aqui e cuidam do seu asseio e conservação, não só com rendas próprias mas, e principalmente com esmolas dos fieis porque os ermitães andam dispersos esmolando, desde Foz Côa e Trancoso até Barca d`Alva e o Sabugal.

Seguindo a velha estrada militar de Lamego para Almeida e passando a povoação de SE, encontra-se a cerca de 1 km uma grande cruz de pedra, em seguida uma alia de cedros na extensão de cerca de 100 metros e no topo o Santuário de N.Sra. das Fontes, em sitio deserto, mas pitoresco, sendo tudo humilde excepto alguns cedros gigantes.

Tanto o templo como a capela, as casas de habitação, hospedagem e oficinas anexas, a cerca do jardim, tudo nos parece prender e encantar e nos leva aos primeiros séculos do cristianismo. Ao despedirmo-nos, aperta-nos logo a saudade e o desejo de repetir a visita.
Entra-se num portão singelo para um largo um pouco íngreme, deete sobe-se para outro mais espaçoso e deste para um terceiro. Todos arborizados com cedros e outras árvores de ornato. Em seguida destes 3 largos há um pequeno jardim.
No terceiro à esquerda está a capela de N. Sra. Das Fontes e contíguas ficam as casas para dos ermitães e hospedagem dos romeiros, visitantes e transeuntes, pois é albergaria e hospedaria franca para ricos e pobres que necessitem de descansar e mesmo de pernoitar.
A todos, os ermitães oferecem comida. Logo no primeiro largo à esquerda há lojas e manjedouras onde recebem os bois e cavalgaduria, numa estrada de tanto movimento e de grande utilidade para os mesmos. Os ermitães são tão simpáticos que a todos dão agasalho e protecção.
O templo de NSDF é construído no gosto da igreja do extinto convento da Senhora do Pilar do Porto, mas mais pequeno.
Na Capela-Mor está a imagem de NSDF, mais quatro imagens representando N. Senhora das Dores e Santa Anna do lado direito e S. José e S. João Baptista do lado esquerdo e ainda um grande número de relíquias.

Por baixo do púlpito há um presépio. A capela foi feita com as esmolas e deu-se por finda em 1777, pelo Irmão Manuel de S. José desde 1740 a 1777.
Tem uma cruz feita de sabugueiro, por um pastor do Jarmelo, sem pregos nem cola, mas ainda ninguém descobriu o segredo da sua construção, feita apenas com uma navalha.
Tem outra cruz de granito rendilhado por cima da porta principal sendo uma das mais belas de Portugal.
A velha capelinha de NSDF era muito humilde e simples. Estava situada onde há uma cruz de pedra para assinalar o local da antiga capelinha.
As outras capelinhas, uma de Santo Francisco das Chagas, feita por um pastor das proximidades de Viseu. A outra capelinha invoca Santa Maria Madalena, onde há uma relíquia com a qual costumam benzer os animais mordidos por cães.

A capelinha das Chagas tem grande devoção para quem padece de cessões, costumando os fiéis oferecer sal em que chegavam a ultrapassar os quarenta alqueires algumas vezes.
Junto da capela há as casas de habitação, três salas, dez quartos, em que o mais perto da capela é o quarto do Bispo, onde dormia o Bispo de Pinhel D. Bernardo Beltrão, onde passava muito tempo era descendente dos primeiros padroeiros.


In Portugal Antigo e Moderno, volume IX, pag 427. Pinho Leal.
Pesquisa feita, na Torre do Tombo, por António Gomes, estimado Samarra a viver em Lisboa.

Este é um excerto de um texto sobre Senhora das Fontes, transcrito na sua integra.
O português existente é o usado na altura (!!!) sem qualquer modificação.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Santa Eufêmia, a mártir

Para quem não sabe, a nossa Santa é considerada uma protectora da pele, principalmente das doenças más, dizem que é predilecta por flores, principalmente cravos. Muitas são as pessoas que se lhe ajoelham aos pés, fazendo promessas e que dizem ter sido ajudados nas suas dificuldades.

Ela nasceu na Calcedónia, uma cidade perto de Constantinopla, numa família nobre e respeitável, foi criada nos ideais cristãos, que faziam dela um exemplo de virtude e beleza junto dos habitantes. Frequentou a escola, por isso nas suas imagens aparece com um manto de estudante (da época). Durante o reinado do Imperador Diocleciano, que proibia baptizados, ela foi acusada e tendo recusado a casar com um herói da cidade, foi presa com outros cristãos.
Torturada de maneira cruel, onde era usada uma roda de moinho, sempre se manteve fiel à sua fé e manteve intacta a sua decisão de nunca trair a Deus. Entregaram-na aos leões, que acabaram por a matar, mas não danificaram o seu corpo ou a comeram, deitando-se a seu lado como que a protegê-la de mais sofrimentos. Era o dia 16 de Setembro do ano 304 AD, tinha ela somente 15 anos de idade.

Os cristãos ficaram com o seu corpo, sendo este sido sepultado na Calcedónia, onde construíram uma igreja. Em 620, quando a cidade foi invadida e conquistada pelos Persas, mudaram o seu corpo, com medo se ser destruído, para Constantinopla, e depositado numa Igreja mandada construir pelo Imperador Constantino, em sua honra. Com a entrada no poder do Imperador Nicefor, que era contra símbolos religiosos, os cristãos ficaram com medo que ele remove-se o corpo de Sta. Eufêmia.

A lenda diz que numa noite de violenta tempestade o sarcófago de mármore desapareceu da cidade. Possivelmente, pescadores cristãos carregaram-no nos seus barcos, com a esperança de a transportar para um lugar seguro. Em Julho, 13 do ano 800, as pessoas de Rovinj, viram dar à costa, ondulando gentilmente nas águas, um sarcófago. Os sinos repicaram, as pessoas que se juntaram na praia tentaram retirá-lo da água, mas em vão, todos os esforços eram inúteis, até que apareceu uma criança com dois fracos bezerros e que para espanto de todos conseguiu remover o pesado sarcófago da água e o levou até à igreja local.

Quando abriram o sarcófago, viram o corpo de uma rapariga muito bonita e que vestia um luxuoso vestido e junto dela, um pergaminho que dizia HOC EST CORPUS EUFEMIAE SANCTAE... (...este é o corpo de Santa Eufémia, virgem mártir da Calcedónia, filha de um nobre senador, nascida para o céu em Setembro 16, ano 304 AD...).

O seu corpo continua preservado numa igreja na cidade de Rovinj, na actual Croácia, onde pode ser visitado.

Que história mais linda caros Samarras. Agora entendo o porquê dos 2 leões a seus pés.
Ainda cheguei a pensar que era do Sporting.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

História

Fui ver o que o site de Pinhel diz sobre a freguesia dos Samarras. Ora vejam:

""Freguesia de Santa Eufémia
Freguesia situada a cerca de doze quilómetros a poente da sede do concelho, tem Santa Eufémia uma curiosa devoção a Nossa Senhora das Fontes, culto muito raro em Portugal. Em meados do século XVIII foi-lhe dedicada uma capela, erguida entre as massas graníticas que dão à região um ar agreste. No seu “Beira Alta”, Francisco Hipólito Raposo dá-nos a conhecer a história do santuário e conduz-nos numa visita à bonita freguesia de Santa Eufémia: “... passada esta povoação (Valbom) dirijamo-nos para Santa Eufémia.

A uma curva do caminho, sempre horizontes largos no agrado da vista, leiras de centeio e de batata, matas de giestas, pinhais e mamelões de entremeio, vamos chegar ao Santuário setecentista da Senhora das Fontes. No local existia, noutros tempos, a capelinha da Senhora da Cabeça e em 1740 ali se fixou o ermitão Manuel de São José que, com o auxílio de outros dois ermitãos, Manuel da Graça e Domingos de São José, as esmolas dos benfeitores, as dádivas do povo e dos fidalgos de Santa Eufémia, conseguiram erigir o santuário que se tornou local de popular romaria, contribuindo para isso o aprazível remanso de fresco arvoredo em que o transformaram, com três fontes e um belo caramanchão. Duas capelinhas (uma delas a do Senhor Jesus da Pedra) e um cruzeiro precedem a curiosa ermida hexagonal, linda cruz vazada e rendilhada a encimá-la, e cujo interior tem graciosas pinturas no tecto e outras à maneira de ex - votos sob o coro (uma colecção de ex - votos da devoção encontra-se no Museu de Pinhel).

O culto e os bens desta capela estiveram em grande risco quando em 1834 se extinguiram as ordens religiosas, para grande pesar dos seus ermitões, que assim viam tornarem-se inúteis os 37 anos do seu esforço na construção do Santuário, terminado em 1777”. Abandonada a zona da capela, “logo estamos em Santa Eufémia, com a barroca Casa dos Fidalgos ofendida por execráveis molduras de alumínio anodisado nas janelas da fachada e cuja capela se tornou paroquial, com altar de boa talha para nos mostrar”. Com efeito, a antiga igreja foi abandonada por ser pequena, servindo presentemente de paroquial a capela do solar dos fidalgos. O edifício e a igreja que no mesmo está integrada, formam, no seu todo arquitectónico, um conjunto de grande harmonia com linhas imponentes e bem delineadas. A informação para a abertura e benção da igreja dizia que “da Corte para cima não há mais bela em Portugal”. Após deixar de exercer funções religiosas, passou o antigo templo a desempenhar funções escolares, tendo o edifício sido adaptado a escola. No arrolamento paroquial de 1320, foi a igreja taxada em 70 libras, pertencendo, então, ao bispado de Viseu. O pároco de Santa Eufémia tinha o título de cura, sendo apresentado pelo abade de Souro Pires com uma côngrua de 6.000 réis e o pé de altar.

Actividades Económicas: Agricultura, pecuária, lagares de azeite, serralharia, construção civil e pequeno comércio

Festas e Romarias: Santa Eufémia (16 de Setembro) e Senhora das Fontes (1.º domingo de Setembro)

Património: Igreja matriz, Capela da Senhora dos Aflitos, Capela de Santa Bárbara, alminhas, Casa dos Fidalgos e Santuário da Senhora das Fontes (E a linda Fonte do Concelho!!!?)

Outros locais: Zona da igreja matriz

Gastronomia: Cozido à portuguesa, coelho à caçador, cabrito assado, borrego, bola doce, pão-de-ló e coscoréis

Artesanato: (que é isto?!)

Colectividades: Associação de Melhoramentos, Cultura, Desporto e Recreio de Santa Eufémia

Orago: Santa Eufémia

Feiras: " (aos fins-de-semana, acrescento eu...)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Santa Eufêmia, Pinhel (1ª. Parte)

Um pouco de história sobre Santa Eufêmia:
Freguesia do concelho de Pinhel, distrito e diocese da Guarda, relação de Coimbra.
Orago: Nossa Senhora da Nazaré. (Nem todos o sabem)
População 562 habitantes (!!!) em 145 fogos.
Dista a 13 Km do concelho. Tem serviço de correios, feito pela estação postal de Pinhel.
2 lagares de azeite a funcionar.
No dia 8 de Setembro tem uma Romaria a Nossa Senhora das Fontes, agora no primeiro fim-de-semana de Setembro.
No terceiro fim-de-semana celebra-se a festa em honra de Santa Eufêmia.
Na área desta freguesia há uma mina de estanho, lítio e volfrâmio, denominada Cabeço da Ponte.
O mais antigo diploma respeitante a esta freguesia é, quanto se conhece, de 1203 - uma aquisição do Mosteiro de Salzedas (hoje, concelho de Tarouca), instituição que domina a história medieval desta freguesia.
De certos topónimos, porém, e até da antiguidade da devoção expressa no orago (que é também o nome da freguesia que aqui se formou) deve seguir-se que o povoamento deste território de Santa Eufêmia, entre o Rio Maçueime (topónimo de grande importância, parece que moçarábico) e o seu afluente rio porquinho, é muito antigo e pode atingir épocas pré-históricas.
Um documento de 1211, de facto, traz como ponto de referência de uma propriedade adquirida pelo Mosteiro e muito vasta, um sítio, de certo alto, como a topografia local mostra, denominado Castelo e pode aludir a um castro.
Outro diploma, de 1214, cita um sítio de Sábado, que não será senão o nome pessoal prénacional "Sabbado" (de Sabbatus, com origem na palavra latina Sabbatum), que originou outros topónimos do país (Sabadim, Sabadelhe - este, por acaso, também na Beira Oriental, como Santa Eufêmia).
O próprio nome do Rio, Maçoieme, talvez provenha do patronímico moçarábico ibn oleima ou (i) ben Zolocima.
Quanto à paróquia, parece ter sido instituída pelo Mosteiro de Salzedas em 1225, pois é desta data a primeira apresentação de abade (prelatus) aí feita por este mesmo Mosteiro. A razão está nas vultuosas possessões deste em Santa Eufêmia, podendo considerar-se lugar totalmente seu desde os meados do seculo XIII.
Em 1203, o abade Salzedense, D. João Fernandes, comprou a Martim Queiriga (e não Queiroga) e a sua mulher D. Godinha certos herdamentos na Granja e Vales de Santa Eufêmia, por cinco maravedis, "regnante rege Sancio" (fórmula que distingue plenamente esta venda da outra absolutamente análoga que os mesmos lhe fizeram em 1213). O citar-se uma "granja", mesmo que não se trate própriamente de um topónimo já nessa altura, demonstra que o Mosteiro de Salzedas já possuia aqui bens importantes no século XII.
Quanto à mártir Eufémia, é considerada uma protectora da pele, principalmente das doenças más, dizem que é predilecta por flores, principalmente cravos. Muitas são as pessoas que se lhe ajoelham aos pés, fazendo promessas e que dizem ter sido ajudados nas suas dificuldades, só Deus sabe quantos milagres já foram efectuados por ela.
(continua)
Obrigado Tio António G. pela cedência de tão completa, cuidada e custosa pesquisa.
Obrigado.