segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Santa Eufêmia, Pinhel (1ª. Parte)

Um pouco de história sobre Santa Eufêmia:
Freguesia do concelho de Pinhel, distrito e diocese da Guarda, relação de Coimbra.
Orago: Nossa Senhora da Nazaré. (Nem todos o sabem)
População 562 habitantes (!!!) em 145 fogos.
Dista a 13 Km do concelho. Tem serviço de correios, feito pela estação postal de Pinhel.
2 lagares de azeite a funcionar.
No dia 8 de Setembro tem uma Romaria a Nossa Senhora das Fontes, agora no primeiro fim-de-semana de Setembro.
No terceiro fim-de-semana celebra-se a festa em honra de Santa Eufêmia.
Na área desta freguesia há uma mina de estanho, lítio e volfrâmio, denominada Cabeço da Ponte.
O mais antigo diploma respeitante a esta freguesia é, quanto se conhece, de 1203 - uma aquisição do Mosteiro de Salzedas (hoje, concelho de Tarouca), instituição que domina a história medieval desta freguesia.
De certos topónimos, porém, e até da antiguidade da devoção expressa no orago (que é também o nome da freguesia que aqui se formou) deve seguir-se que o povoamento deste território de Santa Eufêmia, entre o Rio Maçueime (topónimo de grande importância, parece que moçarábico) e o seu afluente rio porquinho, é muito antigo e pode atingir épocas pré-históricas.
Um documento de 1211, de facto, traz como ponto de referência de uma propriedade adquirida pelo Mosteiro e muito vasta, um sítio, de certo alto, como a topografia local mostra, denominado Castelo e pode aludir a um castro.
Outro diploma, de 1214, cita um sítio de Sábado, que não será senão o nome pessoal prénacional "Sabbado" (de Sabbatus, com origem na palavra latina Sabbatum), que originou outros topónimos do país (Sabadim, Sabadelhe - este, por acaso, também na Beira Oriental, como Santa Eufêmia).
O próprio nome do Rio, Maçoieme, talvez provenha do patronímico moçarábico ibn oleima ou (i) ben Zolocima.
Quanto à paróquia, parece ter sido instituída pelo Mosteiro de Salzedas em 1225, pois é desta data a primeira apresentação de abade (prelatus) aí feita por este mesmo Mosteiro. A razão está nas vultuosas possessões deste em Santa Eufêmia, podendo considerar-se lugar totalmente seu desde os meados do seculo XIII.
Em 1203, o abade Salzedense, D. João Fernandes, comprou a Martim Queiriga (e não Queiroga) e a sua mulher D. Godinha certos herdamentos na Granja e Vales de Santa Eufêmia, por cinco maravedis, "regnante rege Sancio" (fórmula que distingue plenamente esta venda da outra absolutamente análoga que os mesmos lhe fizeram em 1213). O citar-se uma "granja", mesmo que não se trate própriamente de um topónimo já nessa altura, demonstra que o Mosteiro de Salzedas já possuia aqui bens importantes no século XII.
Quanto à mártir Eufémia, é considerada uma protectora da pele, principalmente das doenças más, dizem que é predilecta por flores, principalmente cravos. Muitas são as pessoas que se lhe ajoelham aos pés, fazendo promessas e que dizem ter sido ajudados nas suas dificuldades, só Deus sabe quantos milagres já foram efectuados por ela.
(continua)
Obrigado Tio António G. pela cedência de tão completa, cuidada e custosa pesquisa.
Obrigado.

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