segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Linhagens

“No Vale do Matado ainda lá tenho uma sorte”, diz o Vende Bonecos.
Com esta vos deixo…
Tem caído cada russa!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Esternocleidomastóideo






Sobre o ALZHEIMER
Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor

O meu pai está com Alzheimer.

Logo ele, que durante toda vida se dizia "O Infalível".
Logo ele, que um dia, ao tentar ensinar-me matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no tecto.
Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais as suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas
demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranquilo diante do "não sei ao certo" dos médicos; prefiro isso ao "estou absolutamente certo de que...", frase
que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas?


Como?

Ler muito, escrever, buscar a clareza das ideias, criar novos circuitos neurais que venham substituir os afectados pela idade e
pela vida "bandida".

O meu conselho é para não serem infalíveis como o meu pobre pai;
não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer.
Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente asnootrópicas), mas a correr atrás dos vazios e lapsos.

Não sossego enquanto não me lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos.
Leiam e empenhem-se em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades:
"7" de cada "10" doentes nunca ligaram para essas "bobagens" e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.

Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? hummmm... preocupante).
Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade.

Parodiando Maiakovski, que disse "melhor morrer de vodca do que de tédio", eu digo: melhor morrer a lutar o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém
a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que
NEURÓBICA, a "aeróbica dos neurónios", é uma nova forma de exercício cerebral projectada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de actividades dos neurónios em seu cérebro.
Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios
"cerebrais" que fazem as pessoas pensarem somente no que estão a fazer, concentrando-se na tarefa.
O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional.
Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal a treinar
isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta é mudar o comportamento rotineiro!
Tente, faça alguma coisa diferente o com seu outro lado e estimule o seu
cérebro.


PS O nosso António Silva barralha as sinapses. ainda bem!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

É o bicho, é o bicho

Eu me lembro, eu me lembro,
quando criança pequena,
na grande Santa Eufêmia,
meu berço, em tenra idade e,
tal como a descrevestes,
sobravam dificuldades.
Só se pode elogiar a garra,
a luta, a tenacidade,
de não dar braço a torcer,
vencer adversidades.
Perseguir objetivos,
desvendar novas cidades!
E no calor da conquista,
feita com força, na marra,
bater no peito e dizer:
- Vêde bem o que é, um samarra!

Caminhar descalço, sorrir
e brincar à beira mar.
Sobre o restolho? Faquir!
Deixo-o pra quem gostar.

Tocar ao bicho na moita
é fruto do desespero.
Olha, assunta, vê bem
se ainda, nas mãos, tens pelo.

Quantos martelos com flores,
desceram pela goela ...
uns provocaram amores,
outros lamentos, por ela.

O azoto do foskamónio
abunda, com tantas giestas,
não sei se és Zé ou António,
se és bom ou se não prestas.

Mariquinha, maricota,
com a direita, com a canhota
assim cantavas ao bicho,
pra ficar como se gosta.

Vamos contornar as ondas,
assim se vence a maré,
não interessa a maneira,
o bom é bicho de pé!

AR

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Publicidade

A caserna que desafia as leis mais básicas da física encontra-se à venda. Pela primeira vez, em terras samarras, foi usada uma técnica arrojada no marketing de venda de imóveis. Uma folha plastificada, a famosa mica, serve de reclame e chamariz para os potenciais compradores. Um marketing progressivo e competitivo ao serviço da nossa comunidade.

Isto não está fácil.


Requinte

Uma tarde de domingo, com sol mas com a temperatura a convidar a um chá de menta.
O suspeito do costume.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Notícias


Sim, isto por aqui tem andado calminho. Pela aldeia as movimentações relevantes têm sido poucas e a censura, tal como a vida, está cada vez mais austera.

Mas, mesmo assim, cá vai:

Sobre política: houve uma lagarada do PP local, há 15 dias, num lagar da aldeia. Paulo Portas está cada vez mais chegado a nós.

Sobre cultura: Continua a tournée caseira de Manel S., com os seus concertos intimistas, todos os domingos a partir das 14.00h, no local do costume.

Sobre intrigas e outras manobras ocultas: Tenho falado pouco com o coiso, mas dizem que o outro de vez em quando ainda lá vai. E ela, fina, nem preta nem branca.

Outros assuntos: a Câmara de Pinhel aprovou novos tarifários do abastecimento de água e tratamento de resíduos sólidos. aqui

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Noite fim de ano

O grande vencedor da noite.
O refinamento lá atrás de um dos concorrentes, duas palhinhas num copo de cristal, minutos antes de ser partido.


O entusiasmo dos restantes participantes.

Oio aqui a fazer cavalinhos... Oio

Estou mesmo a ver o Comandante do Concordia a fazer uma rasante pela costa da ilha italiana, enquanto acenava ao pessoal. Tipo quando eramos putos e fazíamos cavalinhos com a BMX em frente às meninas, depois da catequese – só para o armanço. Mas às vezes as coisas corriam mal e íamos com as ventas ao chão...
Mas éramos robustos: “foi por crer… não me aleijei!...” e repetíamos ou, se o caso fosse mais grave, pedalávamos para longe e despejávamos as nossas frustrações e dores na bike.

sábado, 14 de janeiro de 2012

皮條客, como quem diz Chulos

Eu nem sou do PSD! Estava a comer umas azeitonas com pão quando o meu amigo Chuan Laio me ligou a perguntar se me importava de ganhar 45 mil, tipo por mês.
Reflecti durante uns largos 2 segundos e disse 是的, porque não?

(De seguida vamos fazer uma comezaina com alguns maçons - varios do PPD e um do PS - aqui da aldeia. Vou propor este tema para discussão, entre a chouriça assada e o queijo de cabra)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Coscuvilheiros



Eu me lembro, eu me lembro.

Quando criança pequena,

na grande Santa Eufêmia;

em tenra idade já via,

aqueles que, por gáudio de alcovitar,

percorriam as vielas, os quelhos;

observadores silentes, a se esquivar.

Não davam azo ao viço: eram velhos!

E, rubicundos, finjiam nada notar,

hécticos, farejavam todos os arções;

pra, no maldizer, concentrar suas ações!



Coscuvilheiros que andavam, meiginhos no seu labor,

semeavam a discórdia, desconheciam o amor.

Houvesse que lhe botasse, nas mãos, o cabo de guatambu,

fazê-los suar a cavar ou que o enfiassem ... na rima.

Que lhes fizessem um enterro dos que a sua laia herda,

ao invés de usar terra que os cobrissem de ... rima.





A. Raposo


Irmãos

Carl Fredricksen, 78 anos, actor, filme Up Altamente

Soares dos Santos, 77 anos, Grupo Gerónimo Martins


Estranho...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Perspectivas

Por aqui Janeiro tem sido mais ou menos assim



Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar

Fumo

Este promete ser um ano mau, principalmente para os fumadores e para os que ainda respiram.
O Governo prepara-se para rever a lei do tabaco, proibindo os fumadores de fumar à porta de cafés e restaurantes.
Vão impedir as pessoas de fumar à porta da Associação, do Zé Ferreira ou do Café do João!? E quem fuma pontas e filtros, onde vão eles depois fazer o rebusco? Coitadas das crianças.
E a regra da "hora coca-cola", mantém-se ou acaba também!?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

17ª. Feira das Tradições

Gastronomía Concelhía, é o tema. Isto este ano promete...

Santa Eufêmia, a freguesia

Segundo informação do Diário Económico, são as autarquias que vão escolher quais as freguesias a eliminar. Assim sendo estamos nas mãos dos nossos amigos de Pinhel.
Caso eles não aprovem as pretensões da nossa freguesia, o armistício celebrado aquando da guerra da ocupação da Ermida no século passado, ficará sem efeito.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Maçonaria



Às sextas-feiras à noite, um grupo de pessoas influentes, naturais da Santa, irá reunir periodicamente na Loja do Zé Monteiro. O símbolo da Loja será um copo de vidro manchado, com uma racha lateral ao lado de um prato de tremoços. O ritual secreto vai ser um determinado número de copos ingerido ao cabo de uma hora, acordado previamente, por unanimidade.
A Loja irá admitir todo o homem livre, de bons costumes, de boina e que tenha um cão rafeiro castanho, não castrado.
A oficina terá um busto do saudoso Zé Radio adornado num garrafão de palha.
Durante a semana fingem que não se conhecem e amparam a ressaca uns dos outros.

Em Janeiro uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-de achar, é o que é. Já gora, não menos importante, meias brancas em Janeiro sinal de pouco dinheiro!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A voz do sino



Eu me lembro, eu me lembro.
Quando criança pequena,
na grande Santa Eufêmia;
no dia, na noite,
abrigado ou ao relento,
era o badalo do sino,
sem nos mexer no destino,
que nos dava as boas novas,
ou os piores tormentos.
Desde a torre o ribombar,
carregado pelo vento,
percorria os penedos
ia nos livrar de medos,
ou às pressas no chamar!
Quanta artimanha e ciência!
Pelas mãos do sinaleiro,
a livrar-nos de carência
sabíamos, quase primeiro,
do fato acontecer.
Som estridente e sonante,
corria a sítio distante,
entregando, de rompante,
a notícia: boa ou horripilante!

A. Raposo

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Madeireiros

Cepos 2011

A tradição de ir à lenha manteve-se e assim poucas horas antes do final do dia, um grupo de guerreiros reuniu-se e cumpriu a tarefa do dia 24 de Dezembro.